Vida De Um Gamer....

                 E aí galera? De boas?? Há algumas semanas comecei a jogar o The Last Of Us (mais uma platina já já, senhor PH de Oliveira), jogo da Naughty Dog que é simplesmente sem palavras, e farei uma análise assim que finalizá-lo. Creio ter comentado no post sobre Orgulho Gamer, mas não custa nada repetir, eu tenho um filho de sete meses, o João Guilherme, que é uma criança linda e perfeita, mas sou suspeito para falar isso. Essa semana começou as aulas na creche que ele está matriculado. Cara, que mix de sentimentos. Comecei a me sentir exatamente como me senti no primeiro dia que minha mãe me levou

para a escola, ou melhor, a primeira vez que me lembro. A sensação do desconhecido, não por ele, pois ele nessa idade ainda não sente essas coisas, mas por mim mesmo que me senti quase que perdido. No meu primeiro dia de aula, eu pensava “e agora? Minha mãe foi embora... será que ela demora pra voltar... e essas pessoas aqui?” e segunda-feira não foi muito diferente, pensei “e agora? Vou deixá-lo com pessoas que nem conheço? Que horas que posso pega-lo? Vou chegar do trabalho e ele não está em casa...”. E segunda, quando cheguei, mesmo sabendo que ele não estava em casa, eu procurei no cercadinho, no bercinho, no carrinho e ele não estava então precisava esperar até a hora de ir buscá-lo.        

     Nesse meio tempo pensei que seria um bom momento para jogar, minha esposa estava organizando a cozinha, ansiosa para pega-lo, e eu também estava bem ansioso, queria ouvir da professora como ele se comportou, se foi difícil para ele, se comeu direitinho, por fim não joguei, a ansiedade era muito grande. Aguenta aí, Joel e Ellie. Deu a hora de ir buscá-lo e partimos eu e minha esposa pelas ruas do bairro conversando e louco para encontrá-lo. Pegamos ele e a professora informou que ele é o bebê mais comportado da turma dele. Não chora, comeu direitinho, brincou, dormiu e não deu trabalho em nada. E como é bom ver o sorriso que ele abre quando nos vê! Muito bem, retornamos para casa e vim no caminho pensando “ agora acho que vou dar uma jogadinha, é nóis Joel!”, mas quando cheguei em casa, o João estava tão animadão que acabei brincando com ele, depois assistimos uns DVDs infantis e quando vi, já era mais de 22:00 horas da noite e eu precisava dormir porque eu levanto às 05:30 da manhã. Desculpe aí Joel...

      Na terça o dia não foi muito diferente, cheguei do trabalho, esperei para ir busca-lo, fiquei feliz com o sorriso, fui brincar, nos distraímos e hora de deitar de novo. Quarta-feira a mesma coisa e hoje é quinta. Ou seja, essa semana eu ainda não consegui dar nenhum passo a mais pelas ruas com Joel e Ellie, estou tentando sair de Pittsburgh pela ponte da cidade, já derrotei um pequeno exército de caçadores e não sei o que me aguarda mais para frente. Mas sei que estou ansioso para chegar em casa, esperar dar a hora e buscar o João novamente pra vê-lo sorrindo e chegar em casa e brincar com ele. Essa noite, provavelmente eu vou conseguir me encontrar com Joel e Ellie novamente, mas se não der, ok! Porque sou gamer e adoro jogar videogame, é meu hobby preferido, uma paixão na verdade. Mas nada se compara a passar um tempo com o João Guilherme e a Carol. Já perdi a conta de que fase eu estou no jogo da vida, mas sei que é uma fase daquelas, com dificuldades mas tantas recompensas que me anima cada vez que acordo pra encara-la. Muitas vezes nos isolamos em jogos virtuais e nos esquecemos do jogo da vida real que acontece o tempo todo à nossa volta. Portanto jogue muito videogame, é bom, mas não esqueça que existem personagens mais importantes na sua vida, mãe, pai, irmãos, namorada, esposa, filhos, porque por melhor que seja o jogo que você está jogando, você pode salva-lo e continuar depois, mas o jogo da vida não tem save e load, e se você perder a chance de dividir um momento com quem se ama, não dá pra voltar pro checkpoint e tentar de novo, se demorar muito para curtir com esses personagens, não vai dar pra começar um new game + e fazer diferente. Joel e Ellie, eu prometo que vou tirar vocês dessa confusão entre caçadores, vaga-lumes e infectados, mas espera só mais um pouco que eu estou curtindo uns momentos a mais com o João Guilherme e a Carol.